Azul e Embraer acertaram nesta terça-feira (15/07/2014) a encomenda de até 50 aeronaves, avaliadas em US$ 3,1 bilhões. Os aviões são da segunda geração de jatos E-195, mais espaçosos e que consomem menos combustível, em comparação com os da primeira versão.
A principal motivação da Azul para a encomenda bilionária é a expectativa quanto ao novo plano de aviação regional do governo federal, que prevê fomentar 270 aeroportos de pequeno e médio portes.
Estudos da companhia aérea mostram que cem municípios, incluindo o interior do Estado do Rio — que atualmente são desprovidos de linhas de aviação regulares — têm potencial para ter esse serviço em sete a dez anos. O plano de negócios da Azul prevê que a empresa atenda 30 novos destinos até 2017. Hoje são 104.
— As encomendas são uma reafirmação da crença que temos no mercado de aviação regional — disse o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, de Londres, onde o anúncio das encomendas foi feito.
Das 50 aeronaves encomendadas, 30 são de pedidos firmes e 20 são opcionais. A Azul é a primeira companhia a fazer uma encomenda para essa família de aviões. Além destes, a companhia aérea mantém em sua carteira de pedidos outros 11 jatos da Embraer e 10 aviões da fabricante europeia Airbus, que serão usados em voos internacionais. Todos os aviões serão entregues até 2020, o que ampliará sensivelmente a frota da empresa, hoje composta por 141 unidades.
A Azul começou a operar no Brasil em dezembro de 2008, com foco na aviação regional. Com essa fórmula, ganhou espaço onde grandes companhias como Gol e TAM não atuavam e se tornou a terceira aérea em participação de mercado (21% em maio), movimento impulsionado com a fusão com a Trip, outra empresa de aviação regional, em 2012.
AVIÕES TAMBÉM ATENDERÃO A CONGONHAS
Além de atender cidades do interior, a Azul também deve usar os novos aviões para uma maior operação no Aeroporto de Congonhas, que será viabilizada com a redistribuição de slots (autorizações para pousos e decolagens) a partir de agosto. Hoje, a companhia tem apenas um voo de ida e volta entre o terminal e o Aeroporto Santos Dumont, no Rio.
A expectativa de Neves é que a empresa receba 30 slots (15 partidas e 15 chegadas) e que estes sejam usados para ampliar a conectividade de cidades já atendidas. A operação em Congonhas deve ser iniciada em 1º de outubro, e a venda dos bilhetes deve começar em setembro. Num primeiro momento, voos diretos para o interior de São Paulo a partir de Congonhas não estão no radar.
— Se uma pessoa voa de Passo Fundo para Porto Alegre, por exemplo, ela vai poder chegar a São Paulo com um novo trecho operado pela Azul — disse Neves.

